Antes de mais, um bom ano para todos!! O facto de estar a desejar um “bom ano” em Fevereiro já indicia fortemente que tem acontecido muita coisa, certo? E tem, sim senhor! Mas são coisas privadas – embora todas elas maravilhosas - e ninguém tem nada a ver com isso! :-)
Mas, antes de ir ao tópico do dia, não resisto a partilhar convosco o enorme lote de fotografias que recolhemos depois de terminada a mega operação Flying Sharks Turkish Charter Delight. Podem vê-las todas clicando aqui ou indo directamente à página da Flying Sharks www.flyingsharks.eu.
Vamos, agora, ao tópico do dia. Para (não) variar recomendo vivamente o filme Fair Game. Trata-se de um filme perturbador a variadíssimos níveis:
- A tradução do título exibe, também para (não) variar, a falta de jeito dos rapazes que traduzem títulos em fazê-lo de forma adequada… É que “este” Fair Game não tem rigorosamente nada a ver com “jogo limpo” mas, muito pelo contrário, refere-se a uma expressão (não muito fácil de traduzir, admitamos) que significa “disponível para abate”. Ou seja, a expressão Fair Game utiliza-se quando algo está na mira de todos e, basicamente, leva pancada de todos os lados…
- Outra vertente perturbadora deste filme é que traz à superfície (novamente) todo a teia diabólica de mentiras que estiveram na base da invasão do Iraque pelas tropas americanas. Já todos sabíamos que não há, nem nunca houveram, WMDs (weapons of mass destruction, i.e. armas de destruição massiva) no Iraque. Foi pena o filme não ter explorado a componente comercial deste episódio, sendo que um dos signatários da ordem de invasão foi o, então, vice-Presidente Dick Cheney que, “curiosamente”, fazia parte do Board of Directors da Halliburton, empresa que viria a fornecer biliões de dólares de equipamento de suporte para a invasão. Aparentemente a expressão “conflito de interesses” perdeu o seu significado neste episódio curioso…
- Mas o aspecto verdadeiramente perturbador deste filme é a impunidade atroz com que tudo isto se passou e com que tudo se passa à nossa volta… Reduzem-se os vencimentos dos funcionários públicos para colmatar o maior déficit de que há memória; mas aumentam-se os ordenados / prémios dos administradores de empresas públicas; aperta-se o cinto na base da cadeia alimentar, mas servem-se almoços de sushi em reuniões de autarquias (ah, pois é…)…. Enfim, a lista continua.
Numa época em que a informação está disponível como nunca esteve na História da Humanidade – e veja-se o espantoso caso Wikileaks - é caso para recordar a memorável citação do Dr. Martin Luther King Jr.:
"We will have to repent in this generation not merely for the hateful words and actions of the bad people but for the appalling silence of the good people.
O problema, hoje em dia, não está no silêncio porque, em boa verdade, erguem-se vozes de denúncia destes escândalos continuamente. O problema está na apatia generalizada com que estas vozes são recebidas.
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