domingo, 18 de janeiro de 2009

A Onda, o Logótipo e o Impacte


I - A Onda


Correndo o risco de este blog estar, lentamente, a transformar-se num fórum de crítica de cinema, devo aconselhar todos a irem ver A Onda (Die Welle), filme alemão de Dennis Gansel.


Um filme simplesmente imperdível, baseado em factos reais que ocorreram na California em 1967. Podem clicar em thewave.tk para saber mais detalhes.


II - O Logótipo


No filme falou-se em logotipos e não resisto a perguntar: alguém me explica porque diabo se começou a escrever logótipo nos últimos anos?? Até o diabo do spell-checker do MS Word me sublinha logotipo como errado e me corrige a palavra automaticamente para logótipo.


Meus amigos, eu não sou linguista, mas parece-me que se trata de um erro grosseiro e perpetuado por mentes pouco articuladas...


Vejamos, a palavra logotipo tem duas partes: logo + tipo. Do grego palavra e símbolo, mais coisa menos coisa. Neste tipo de palavras, o acento nunca vem na primeira metade da mesma. Exemplos: Geografia, Filosofia, Fotografia.


Não esqueçamos, contudo, que o Geógrafo é o gajo que trabalha em Geografia; o Filósofo é o gajo que trabalha em Filosofia; o Fotógrafo é o gajo que trabalha em Fotografia.


Assim sendo, parece-me que o Logótipo é o gajo que trabalha com Logotipos.


E chamar Logótipo ao objecto do seu trabalho faz tanto sentido como chamar Geógrafia, ou Filósofia, ou Fotógrafia aos objectos de trabalho dos rapazes referidos anteriormente…


Agora a sério: alguém me explica de uma forma substanciada de onde diabo vem este Logótipo insidioso??


III - O Impacte


O Impacte faz-me lembrar o Controle... Ambos são invenções de quem não estava contente com os tradicionais Impacto e Controlo. Há alguns anos, durante aulas de mestrado em que se falava de questões ambientais, explicaram-me que se usava o termo impacte quando se abordam matérias de natureza ambiental, para se distinguir este impacto do impacto não ambiental.


Mas, meus amigos, um impacto é um impacto, seja ele ambiental ou mecânico. Da mesma forma que uma bofetada é sempre uma bofetada, seja ela de luva branca ou daquelas que deixam cinco dedos temporariamente tatuados numa face. Ou vamos criar a palavra bofetade para distinguir as bofetadas que doem no ego daquelas que doem na cara?


Para os teimosos defensores do conceito impacte deixo o seguinte exercício:


Que palavra usariam para descrever o choque de um camião de resíduos tóxicos contra uma árvore protegida?


Abraços e beijocas,


João