quarta-feira, 10 de outubro de 2007

A Lei dos Cães Perigosos


A Anouk nasceu no dia 25 de Julho de 2002. É uma cadela extraordinariamente doce. Quando se pensou, lá em casa, em ter um cão eu confesso, apesar de ser Biólogo Marinho e gostar de bicharada, que achei uma péssima ideia. O pêlo, a necessidade de o levar à rua, as contas do veterinário, o que fazer com ele nas férias, etc., etc. Mas, ao fim de alguma resistência – e de uma boa dose de investigação sobre o tema - cedi.

E ainda bem.

A Anouk faz parte da família. A Anouk é, decididamente, o cão mais adorável, meigo e bem-disposto que já vi. Não consigo imaginar a minha vida sem ela. Adoro levá-la à rua, aos correios, ao super-mercado (onde espera, educadamente, à porta), a Olhão, a Peniche e a todos os sítios onde vou regularmente. Se tenho um compromisso de duas horas, ou menos, a Anouk vai comigo. Espera um pouquinho no carro, com as quatro janelas entreabertas e uma tigela cheia de água e, quando regresso, damos uma passeata. A Anouk adora conhecer sítios novos e eu adoro vê-la a explorar cheiros e formas originais.

É curioso como as tarefas que me pareciam tão aborrecidas, afinal, não custam nada. Ok, os passeios debaixo de chuva não têm graça. Mas são pouco frequentes e o passo é apressado. A apanha dos cocós também não é particularmente excitante, mas também não é o fim do mundo. O truque é andar sempre cheio de sacos nos bolsos de trás das calças!

Os jantares lá em casa são, às vezes, um bocadinho ‘intensos’. A Anouk fica louca de alegria quando ouve a campainha e senta-se imediatamente em frente à porta, com as orelhas hirtas e pose de espera ansiosa, enquanto aguarda pelos convidados. Depois do habitual pulo de boas-vindas (nem sempre bem acolhido pelos recém-chegados, é verdade…) sossega e enquadra-se no grupo. Se o grupo for bem-comportado e ignorar a Anouk enquanto comemos, tudo corre bem. Se o grupo for mal-comportado e passar a noite a retribuir a sede de atenção do bicharoco, a noite é repleta de tentativas de abuso e saltos para o colo, absoluta e positivamente proibidos. Dir-se-ia, por isso, que a suavidade da noite está mais relacionada com a disciplina dos convidados do que com o comportamento da Anouk.

Mas esta é uma pequeníssima mostra do que é viver com a Anouk. Como em tudo, na vida, tem coisas boas e coisas menos boas. Mas o apuramento é muito, muito positivo. Imensamente positivo. E altamente recomendável.

A Anouk fica sozinha em casa enquanto saio para trabalhar. Felizmente sou consultor / freelancer / professor e desenvolvo uma dose substancial de trabalho em casa. Às vezes a Anouk fica sozinha umas oito horas. Mas, na maioria dos dias, só fica sozinha umas quatro ou cinco. Quando meto a chave na porta ouço-a, lá dentro, a levantar-se da cama dela, de repente, e a correr em direcção à porta. Enquanto rodo a chave já a ouço a cheirar a porta, frenética, e a confirmar que sou eu. Quando abro a porta a cara dela enche-se de luz e o rabinho quase salta, de tanto abanar. Quando entro cubro-a de palmadas amigas e sento-me no chão, enquanto ela me lambe a cara e se esfrega em mim, para absorver o meu cheiro e me impregnar com o dela. Porque, na cabeça da Anouk, eu sou tanto dela como ela é minha. E na minha cabeça é assim também. Ela adora enroscar-se em mim e deitar-se de barriga para o ar, para eu lhe fazer festas na pançota e fazê-la rodar no chão, como se fosse uma campeã de break-dance.

Mas há um lado pouco simpático em toda esta história… E esse lado é mais negro do que o pêlo lustroso e com cheiro a bebé da Anouk…

É que a Anouk é uma Rottweiler. Meiga, terna, fiel, a minha melhor amiga, mas Rottweiler.


Legenda: Imitação de Jardel da Anouk. Cartaxo, 01-11-2006.


Um terço dos condóminos do meu prédio adora a Anouk, faz-lhe festas quando nos cruzamos, não se importa que ela lhe lamba as mãos e o reconheça com uma boa cheiradela das calças. Outro terço ignora-a. E outro terço odeia-a e recusa-se a viajar no elevador com ela, apesar de ela tentar cativá-lo com uma boa lambidela.

A Anouk, como muitos outros animais, é vítima de um preconceito pateta e desinformado.

E uso as expressões ‘pateta’ e ‘desinformado’ com conhecimento de causa, porque eu próprio já fui um pateta desinformado. Mas curei-me. Devo confessar, com uma enorme dose de embaraço, que achei a ideia de termos uma cadela Rottweiler perfeitamente pateta. Aliás, lembro-me de dizer ‘Diabos! Um dia acordamos com o bicho em cima de nós, a comer-nos a garganta!’ Mas li algumas coisas, falei com pessoas que tinham mais experiência do que eu (o que não era difícil, porque eu não tinha nenhuma) e informei-me. Documentei-me. E, hoje em dia, conheço muito bem o fenómeno ‘cão perigoso’.


Legenda: Anouk com um amigo, em casa da Anita Ribeiro. Queijas, 28-10-2006.

NOTA TÉCNICA - A Anouk fica sempre em casa da Anita quando tenho de me ausentar e recomendo-a vivamente! Se precisar de deixar o seu cão durante alguns dias, peça-me o contacto da Anita.


Curiosamente, o fenómeno ‘animal perigoso’ é-me muito familiar, porque trabalho com tubarões desde 1994. No mar, em aquários, em lotas, em barcos de pesca comercial, em barcos de pesca desportiva, em tanques de transporte, pequenos, grandes, vivos, mortos, perigosos, presos, soltos, já lidei com muitos. Muitos, mesmo. E nunca me magoei. Mas conheço bem a cara que as pessoas fazem quando digo que gosto de, e trabalho com, tubarões.

Algumas estatísticas, facilmente verificadas na International Shark Attack File (www.flmnh.ufl.edu/fish/Sharks/ISAF/ISAF.htm), mantida pelo ilustre Dr. George Burgess, com quem tomo uns copitos todos os anos, por ocasião da reunião da American Elasmobranch Society, da qual sou membro desde 1994:
  • De 1990 a 2006 registaram-se 948 incidentes com tubarões, o que dá uma média de 56 por ano.
  • Desses 56, uma média de 6, por ano, foram fatais.

Seis pessoas, por ano, no mundo inteiro.

Ora, eu não sou perito em matérias rodoviárias, mas atrevo-me a sugerir que, infelizmente, ‘seis’ será o número de vítimas mortais, em Portugal, na primeira hora da tradicional ‘Operação Natal’ que a GNR desenvolve.



Legenda: Anouk nas traseiras da Escola Superior de Tecnologia do Mar, no Cabo Carvoeiro. Peniche, 18-06-2007.


Todos os anos morrem dezenas, talvez mesmo centenas, de milhares de pessoas na sequência de incidentes com variadas espécies de animais: elefantes, hipopótamos, leões, tigres, crocodilos, ursos e muitos outros, só para citar alguns dos mais reconhecíveis. Só que estes ‘ataques’ ocorrem em África, na Ásia e envolvem pessoas sem nome, sem carro, sem casa, que moram em locais sem Internet, sem uma delegação da CNN, sem ninguém que se interesse.

Mas os tubarões têm o péssimo hábito de darem dentadas a seres humanos em locais repletos de tecnologia, máquinas fotográficas digitais e ligações wireless. E é por isso que os ataques de tubarão estão nas inbox de toda a gente poucas horas depois de ocorrerem. Como é que um conjunto de animais que mata SEIS pessoas por ano ganhou fama de ser um assassino, com predisposição para comer seres humanos?? Porque as notícias destes ataques vendem. E não vendem pouco.

Aliás, vendem tão bem que a reputada revista Time colocou, numa das suas capas do Verão de 2001, uma fotografia de um enorme tubarão com as parangonas ‘Summer of the Shark’ (www.time.com/time/2001/sharks). E escreveu um longo artigo que tentava explicar a invulgar abundância de ataques de tubarão nesse ano. Mas ‘invulgar’ não será a expressão mais correcta. ‘Fabricada’ será mais adequado. Em 2001 houve 68 ataques de tubarão, 4 foram fatais. Em 2000 tinham havido 79, com 11 fatalidades. Mas que se passou no Verão de 2001, para ser apelidado de ‘Summer of the Shark’? Bom, houve o altamente mediatizado ataque ao pequeno Jessie e… Mais nada. O Verão de 2001 não teve notícias. E é por isso que o ataque do Jessie foi espremido e esticado até… bem, até se transformar no ‘Verão do Tubarão’.

Curiosamente, todo o (alegado) interesse que os tubarões tinham pela nossa espécie, nesse Verão fatídico, dissolveu-se no ar na manhã do dia 11 de Setembro, em que (dir-se-ia) os tubarões acordaram dar-nos umas tréguas e não nos incomodarem mais até… enfim, até não termos mais nada para meter nos jornais e lhes darmos atenção novamente.

Legenda: A Anouk com o Diogo, filho da Anita Ribeiro. Quando a Anouk está em casa da Anita, o Diogo e ela são inseparáveis. Queijas, 24-11-2006.

Mas que tem tudo isto a ver com a Anouk?

É muito simples, é que os acidentes com tubarões são, tal como os acidentes com Rottweilers, ocorrências raras. Extraordinariamente raras.

E, contudo, vão todos, sem excepção, parar às primeiras páginas dos jornais, enquanto que as dezenas de milhares de acidentes com outros animais (e outras raças de cães) nem sequer são mencionadas.

E é precisamente neste ponto que eu vou mandar a delicadeza pela janela e começar a falar do coração.

Ora muito bem, eu gostaria que alguém (oficial ou não) me explicasse quais foram os critérios na base de selecção da famigerada lista de raças ‘Perigosas ou Potencialmente Perigosas’:

  • Número de acidentes registados nos hospitais?
  • Número de acidentes registados em esquadras de Polícia?
  • Número de abates compulsivos registados em veterinários municipais?

Ou terá sido algo bem mais prosaico, e nem sequer devidamente contabilizado, como ‘Número de referências na imprensa’?

A Lei dos Cães Perigosos é uma Lei popularista, desenhada para agradar às massas.

‘Estão preocupados com os ataques de Rottweilers e Pit-bulls? Então tomem lá uma Lei que os obriga a andar de açaime’, parece que é o que nos tentam dizer os criadores desta Lei.

Ainda não vi uma tabela de dados oficiais que demonstrem com clareza que as raças enumeradas na 'Lei dos Cães Perigosos' são, de facto, as raças mais envolvidas em acidentes. A minha suspeita é que a presença das raças 'perigosas' em listagens de acidentes (se existirem) é vestigial. Atrevo-me a sugerir, até, que a esmagadora maioria de acidentes ocorre com outras raças. Mas os acidentes com outras raças não fazem notícia, não vendem jornais, não têm interesse nenhum. Os acidentes com Rottweilers, e companhia, são notícia, vendem jornais e são alvo de enorme interesse mórbido por parte de um público que devora novelas, dentro e fora do televisor.

E foi neste espírito que surgiu esta Lei. Uma Lei criada com base no mesmo princípio que leva um terço das pessoas, na rua (à semelhança do que sucede no meu prédio), a desviarem-se nervosamente da Anouk e comentarem 'Olha, este é um daqueles...'. Na sua esmagadora maioria, essas pessoas nunca lidaram ou contactaram de perto com um Rottweiler na vida. Porque será, então, que associam a imagem destes animais (e outros) à de um monstro assassino, pronto a devorar-lhes as canelas e/ou gémeos? A resposta é simples, porque existem muitas publicações que se auto-intitulam de jornais e, contudo, não passam de pasquins de meia-tigela que favorecem títulos chocantes em letras negras que enchem metade da página. E é por causa da actividade destes meios (televisivos, escritos, etc.) que uma fatia grande da população vive com medo destes animais.

E que pode, o Governo, fazer face a este medo?

Despoletar acções que travem sistemática e eficazmente a acção dos cães (e donos) que são verdadeiramente perigosos mas, felizmente, muito pouco numerosos?

Ou...

Redigir uma Leia que legitimiza e fundamenta um medo que não tinha, sequer, justificação para existir?

A resposta tornar-se-á clara mais à frente...

Vejamos, uma Lei é uma Lei, independentemente da legitimidade dos métodos usados na sua redacção. Notem bem: sou um cidadão cumpridor da Lei. Declaro os meus rendimentos, pago os meus impostos, cumpro o código da estrada e cumpro a Lei dos Cães Perigosos, entre muitos outros exemplos do meu carácter ordeiro e cumpridor.

Mas custa-me cumprir a Lei dos Cães Perigosos e já explicarei porquê.

Custa-me ser obrigado a:
  • Colocar um chip na Anouk
  • Vacinar anualmente a Anouk
  • Registar anualmente a Anouk na Junta de Freguesia da minha residência
  • Colocar-lhe um açaime
  • Ter um seguro especial para a Anouk
  • Usar uma trela não extensível e com menos de um metro
  • Andar com um Certificado que atesta que não tenho registo criminal
  • Andar com um Certificado que atesta a minha aptidão física e psíquica para ter a Anouk
  • Pedir autorização à Direcção Geral Veterinária sempre que quiser que a Anouk tenha uma ninhada de Rotties

É óbvio que todas as medidas supra-citadas são positivas, importantes e constituem exemplos de bom-senso e civismo por parte de todos os donos de cães. De todas as raças. E eu já colocava, de qualquer modo, a maioria destas medidas em prática ainda antes da Lei. Com excepção dos Certificados, que tive de ir tirar a correr depois da entrada da Lei em vigor. Ok, e também admito que nem sempre coloco o açaime na Anouk, simplesmente porque ela é incapaz de morder a alguém (a não ser que alguém me tente morder a mim mas, aí, prefiro realmente poder contar com o auxílio da Anouk).

Mas o que me perturba na Lei dos Cães Perigosos é que eu, dono de uma cadela Rottweiler, consciencioso, cumpridor da Lei, estou permanentemente na iminência de levar com uma coima de 500 euros (ou mais) se não transportar comigo o dossier de comprovativos de todos os aspectos listados em cima. Os agentes da Autoridade vêm-me passear a Anouk, que adora trotar na rua ao meu lado e dar atenção bem disposta a tudo o que a rodeia, e imediatamente se dirigem a mim e me dizem que ela deve andar de açaime. As pessoas aglomeram-se à nossa volta, enquanto tenho estes pequenos debates com as forças da Lei, e os olhos parecem dizer ‘Boa! Multa lá o gajo do Rottweiler para ver se ele aprende!’ Enquanto esta cena decorre a Anouk fica sentada ao meu lado, sem compreender. Ou, então, detecta uma alma simpática no grupo e dirige-se a ela, para a cumprimentar com umas boas lambidelas na mão.

Verdade seja dita, tenho tido a boa sorte de contar com a compreensão dos agentes da Autoridade que me têm abordado. Aliás, só um tonto é que não se apercebe da natureza dócil e bem-humorada da Anouk, quando se olha para ela com um mínimo de atenção.

Mas o que me perturba mesmo na Lei dos Cães Perigosos é a impunidade com que uma franja de cretinos a ignora e se ri dela.

E estou a falar, como já terão adivinhado, dos imbecis que se dedicam às lutas de cães.

Não consigo compreender este fenómeno.


Não consigo compreender que espécie de personalidade de verme é que aceita, no fundo do seu ser, esta prática. E não estou a referir-me apenas aos donos dos cães. Neste pacote de bestas estão incluídos os apostadores, os observadores e, claro, os organizadores.

Não consigo compreender porque é que as forças da Lei não travam este fenómeno porque, parece-me, é um fenómeno fácil de travar, por ser tão pouco abundante e facilmente localizável.

Avanço desde já as minhas sinceras desculpas, a quem de direito, se estiver a dizer algum disparate, mas parece-me, na minha perspectiva de leigo e desconhecedor sobre o assunto, que seria extraordinariamente fácil de localizar estas lutas. E mais fácil ainda entrar lá aos tiros e limpar os cães, os donos, os organizadores, os apostadores. Esta solução parecer-vos-á fanatismo barato mas, sinceramente, que castigo dar a um conjunto de indivíduos que se divertem a olharem para dois animais que arrancam nacos de carne um do outro até um deles morrer?

Tenho uma ideia melhor: em vez de as forças da Lei invadirem os recintos das lutas aos tiros, talvez fosse bem mais interessante colocarem os apostadores, observadores, donos, organizadores e afins, dentro dos buracos onde os cães lutam.

Agora a sério: compreendo que seja difícil erradicar o tráfico de droga, simplesmente porque estão envolvidos vários milhares de pessoas. Mas será assim tão difícil localizar estas lutas? A revista ‘Visão’ tinha uma peça intitulada ‘Cães Danados’, há alguns meses, e documentava com precisão este fenómeno. Quanto tempo terá demorado, o autor da peça, a localizar estes imbecis? Aliás, a peça até referia o nome do suposto ‘pai’ desta prática em Portugal que, na revista, aparecia orgulhosamente numa foto. Sem comentários…

Certa vez passeava com a Anouk e alguns imbecis teceram comentários ao porte musculado dela e comentaram que seria boa para as lutas. Perguntaram-me, até, se eu não estaria interessado… Respondi-lhes ‘Essa merda é para paneleiros’. Perante o ar incompreensível deles acrescentei ‘Só um paneleiro é que põe um cão a lutar por ele’.

Sim, a linguagem foi crua e, obviamente, os meus vocábulos não tinham qualquer intenção de serem associados a cavalheiros de sexualidade alternativa. O termo pareceu-me adequado e foi o que usei. Afinal, que dizer a um conjunto de palermas que tira prazer de ver animais a arrancarem nacos de carne uns dos outros?

Enfim… Podia passar horas a ilustrar o asco que me assalta quando penso em lutas de cães, em touradas (que serão alvo de um post dedicado, um dia destes) e afins.


Legenda: A Anouk adora ir à Praia do Baleal, mandar umas corridas, roer um bocado de madeira e enrolar-se na areia molhada, fazendo de conta que é um rissol... Peniche, Março 2007.

Mas gostaria de terminar com algumas ideias simples:
  • A Lei dos Cães Perigosos, parece-me, foi redigida com base na desinformação tendenciosa que abunda nos meios noticiosos.
  • Actualmente, pouco mais faz do que obrigar os cidadãos cumpridores a preencherem uma lista relativamente longa de requisitos.
  • Os cidadãos não-cumpridores continuam, obviamente, a dedicar-se às lutas. Certamente que não é esta Lei que os irá travar, já que esse tipo de pessoa não costuma alterar os seus comportamentos em virtude de imposições legais.
  • Resta-nos esperar que os senhores dirigentes e agentes da autoridade honrem o cumprimento dos primeiros, obrigando os imbecis não-cumpridores a travarem as suas actividades ilícitas, imorais e clandestinas.
Como cidadão cumpridor que sou, cumpro a minha parte.

Façam o favor de cumprirem a vossa.

Legenda: Anouk no Sapal de Castro Marim. Monte Gordo, 15-09-2007.

Para terminar, deixo-vos com duas fotografias da Anouk em estilo 'Onde está o Wally'...

:-)

Legenda: Anouk nas traseiras da Escola Superior de Tecnologia do Mar, no Cabo Carvoeiro. Peniche, 18-06-2007.

Legenda: Anouk no mato das Olaias. Lisboa, 11-03-2007.




38 comentários:

Leonor Sousa disse...

Obrigada por escreveres e partilhares tudo isto. Gostei mesmo e fiquei com uma dor cá dentro por não partilhar nada disso convosco. Tenho saudades dessa menina.

Anônimo disse...

Parabens pelo Blog!

Que continue assim, cheio de motivacao, interesse em formar, evangelizar e acima de tudo civilizacionar as massas que tanto agradeciam um pouco de inteligencia!

Felizmente ou infelizmente esta nao e para todos...

Muitos beijos,
M.

Anônimo disse...

Olá!
Antes de tudo quero dizer que adorei a forma como se expressou acerca deste tema, e que o compreendo lindamente! Por acaso também sou dona de um dos cães intitulados de “perigosos”!!! Tenho uma Pit Bull, a Kiss… bem o nome diz tudo… é um doce de cadela, que adora dar beijocas…e ama crianças!!! Antes, quando a levava a passear as pessoas achavam-na muito fofa, mas perdiam logo todo o encanto por ela quando me perguntavam que raça era e eu respondia que era uma Pit Bull, fazendo comentários como : “ Não viste o telejornal ? Mais um ataque de um Pit Bull”, “Esses cães são muito maus, são uns assassinos”, “Não é agora em pequenos, em grandes é que eles se virão contra os donos…”, e por aí fora… !!!
Bem!!!! Tinha que arranjar uma solução… comecei a sair com ela e a ocultar qual a raça dela … sempre que me perguntam que raça é,e como onde moro(Praia de Mira) não há mais nenhuma Pit, e as pessoas não conheçem, eu digo que é uma rafeirita… quanto às autoridades tenho a sorte de viver numa localidade pequena em que não chateiam muito.
Tudo isto para lhe dar os parabéns pelo blog e dizer que adorava que lhe respondessem as suas perguntas…que certamente são as de muitas pessoas que têm cães adoráveis e que são descriminados!!!
Beijocas da sua aluna Sara Leigo 

Anônimo disse...

Sim senhor.. muito bem dito! Concordo plenamente! Axo que toda a gente devia ler este testemunho, para ver se se mudam algumas mentalidades. Sim porque não há só discriminação e preconceito por parte do ser humano em relação ao seu semelhante... os cães tb sofrem com isso! Eu sei o que é sofrer com a estupidez alheia e a maldade humana em relação aos animais de estimação.
No verão de 2004, encontrei a minha melhor amiga (não humana) era uma bolinha de pelo mal cheirosa a morrer numa rua escura do porto.
Não resisti, enrolei-a no meu casaco e trouxe-a no comboio até casa! Dei-lhe todo o meu amor e mta comidinha. Ela começou a recuperar aos poucos e passado um mês de cuidados (meus e da minha irmã)estava com um ar super saudável e feliz.
Passei momentos espectaculares com ela. Até que um dia ela resolveu "visitar" a casa de uma vizinha minha, entrou-lhe no quarto e trouxe cá para fora uma boneca de porcelana para brincar e escusado será dizer que a boneca ficou em fanicos.
A minha cadela mal sabia o que isto lhe iria custar. Passado uma semana morreu vitima de envenenamento.
Esta é pelo que me contaram uma práctica comum na minha zona... Quando uma pessoa se sente incomodada pelo bichinho de estimação do vizinho do lado (ou porque ladra durante a noite ou por qualquer outra razão) resolve o problema com um pedaço de carne embebido em estricnina.
Tenho saudades dela. Sinto-me como se tivesse perdido um membro da familia extremamente próximo.
Aconselho que que todas as pessoas que tenham um cão ou qualquer outro bichinho de estimação que não se esqueçam que existem pessoas sem escrupulos que os podem magoar e tb aconselho que aproveitem todos os momentos da sua companhia porque o amor de um animal é uma das melhores coisas deste mundo.
Um abraço da sua aluna Eva Sousa

Anônimo disse...

Quanto a este assunto, há algumas divergências... A minha mãe trabalha numa clínica veterinária e (ñ é regra, mas)a maior parte dos Rottweiller q lá vão são animais meigos até cerca dos 18 meses de idade. Depois disso, tornam-se agressivos e bastante perigosos se o dono não os conseguir controlar. É certo que isto não acontece sempre e fico muito contente q não tenha acontecido consigo, mas são coisas que acontecem. Quanto aos Pit Bull, lá na clínica, por exemplo, ñ há nenhum q ñ seja meigo e simpático, mas mais uma vez, é apenas sorte! eu acho que os animais de estimação são aquilo que os donos fizerem deles, apesar de por vezes haverem alumas excepções. Se uma pessoa tiver mão no animal e conseguir mostrar quem manda, o animal não vai tentar sobrepor-se ao dono, nem tomar conta da família!
Quanto às noticias e ao facto de apenas os acidentes com essas raças serem relatados, isto deve-se provavelmente à natureza dos "estragos" infligidos pelos mesmos... É que se formos mordidos por um Pincher, damos-lhe um carolo e o assunto fica resolvido!
Eu tenho um cão que não está na lista de cães perigosos, mas que é um animal potencialmente perigoso. tenho um Serra de Aires, que geralmente, quando chega a adulto se pode virar até contra o dono. no entanto isso não aconteceu com o meu cão! e acho que foi só sorte! e boa educação também...
Dito isto, beijinhos e muita sorte com a Anouk!

Ângela Pinto

nokas disse...

Ora é então chegada a minha vez de lhe dar os parabéns pelo blog e aproveitar para deixar aqui também o meu testemunho.
Durante toda a minha vida me dei com todo o tipo de cães e até hoje só consegui "odiar" um. Trata-se de um espécime que adora esconder-se atrás dos arbustos la da zona enquanto as pessoas (especialmente a minha avó)passam para depois, já com estas pelas costas, morder-lhes os calcanhares. Ah pois é... à anos que o individuo anda nesta vida e ainda nao vi o nome dele em papel nenhum, quanto mais num timbrado pelo governo. È claro que o facto dele só medir um palmo de altura deve ajudar, tanto para este facto como para se esconder sem ser visto mas o que é certo é que os dentes da criatura mordem tão bem ou melhor que os de qualquer Anouk ou Phax (é o meu doce) deste mundo.
Muitas beijocas e continue a portar-se bem
Ana Vieites

João Correia disse...

Olá, Sara, Eva, Ângela e Ana!

Muito obrigado pelos vossos comentários simpáticos e fico particularmente agradado por ouvir que o meu post poderá servir para alguma coisa.

Esperemos que as (muitas) pessoas desinformadas eventualmente leiam estas linhas e passem a usar a cabeça, em vez de basearem as suas opiniões meramente em títulos de jornais apatetados.

Relativamente ao aspecto de que alguns cães perdem o respeito pelos donos, esse facto é verdadeiro mas pode (e deve, obviamente!) ser evitado. O fenómeno é muito simples: os cães são animais de matilha, altamente sociais e, como tal, fazem parte de um grupo e tentam liderar esse grupo quando atingem a maturidade.

Isto é particularmente verdade com machos e com algumas raças dotadas de mais personalidade. Os Rottweilers e Dobermen são dois bons exemplos. Aquele mito de que "o crânio do animal não acompanha o crescimento do cérebro" não passa disso mesmo, dum mito. O que se passa realmente é que os animais, a partir de dada altura, tentam ser o elemento alfa do grupo a que pertencem (i.e. a família onde vivem) e tentam dominar esse grupo.

Infelizmente há muitas pessoas que têm cães e não compreendem este fenómeno. Pior ainda, há pessoas que deixam o cão tornar-se no alfa da família e é aí que podem surgir problemas graves.

A solução para esse problema é fácil, mas tem de ser aplicada continuamente: o cão tem de compreender que não é o elemento alfa. Por outras palavras, o cão tem de saber qual é o seu lugar na família. E isso atinge-se facilmente: basta que o animal compreenda que não é a vontade dele que tem de trinufar, é a do dono.

Nunca tive de repreender fisicamente a Anouk, mas já tive que lhe dar uns ralhetes, alguns dos quais severos. E o objectivo foi simples: mostrar-lhe que não é ela que manda cá em casa. Sou eu.

Enfim, este é apenas um exemplo de boas práticas que devem ser tidas em conta quando se tem um cão.

Seja qual for a raça.

Beijocas para vocês!

:-)

JPC

Anônimo disse...

Sem duvida o blog começa com o pé direito, e com um tema muito polémico, e já agora deixo o meu contributo.
Como dono de uma linda American Pitbull (a Petra), e amante de cães em geral, incomoda-me muito o rótulo que lhes foi colocado.
Do meu ponto de vista qualquer cão é potencialmente perigoso, independentemente da raça, basta que se conjuguem os factores correctos para que um acidente aconteça, agora, ninguém me convence que um pitbull ou um rottweiler é mais perigoso que um pastor alemão ou um husky, e para não falar de algumas raças mais pequenas, que muitas vezes têm problemas de temperamento muito graves, (tenho também um cocker spaniel que adoptei já adulto e é muito imprevisível).
Falando um pouco de pitbulls visto ser onde estou um pouco mais por dentro, a realidade é que a selecção a que foram sujeitos desde o surgimento da raça, teve em conta a redução da agressividade para com o homem, é facto que dentro da arena estavam sempre acompanhados por alguém, e a maioria das vezes não era o próprio dono, e comportamentos agressivos para com o homem não eram tolerados, também é a realidade que podem ser dominantes para com outros animais, mais uma vez fruto da selecção, mas não são nenhuns monstros como a comunicação social nos faz crer.
Foram e ainda são cães desenhados para a luta, e é essa a razão por muito errada que seja, o motivo porque existem hoje. Agora será esse passado infeliz e todo o medo generalizado suficientes para que não tenham uma segunda oportunidade? Para que andem a ser abatidos indiscriminadamente? Para que sejam alvo de pressão por partes dos senhores das leis que muitas vezes não têm o mínimo conhecimento sobre a realidade?
Eles são fruto das nossas brincadeiras como Deuses e não é a passar uma borracha pelo problema a forma correcta de lidar com o assunto.
A meu ver um cão independentemente da raça, e quando bem sociabilizado não vai levantar problemas, e sociabilizado não quer dizer treinado, nem nada que se pareça, relativamente á Petra, quanto a atacar alguém só se for com beijinhos e lambidelas, não está treinada e a sociabilização que tem é a do dia a dia a conviver com pessoas e animais. É a minha amigona e venha quem vier isso não vai mudar nunca.
Acho que preciso ter presente que mais que cães de raças potencialmente perigosas, existem sim cães com donos potencialmente perigosos, e é por esse motivo anda o justo a pagar pelo pecador.

Continuação do bom trabalho pois "é grão a grão que enche a galinha o papo"

Abraço

Ricardo Carvalho

Anônimo disse...

há algo de verdade mas também falta algo a este post...

Uma pergunta:
2 elevadores, n1 está um pitbull ou um rotweiller, no outro um golden ou um labrador. Estão com o vosso filho de 2 anos. Não conhecem nem o cão nem o dono. Em que porta entram?
Tal como as armas, o perigo não está no cão mas sim no dono; ou porque ele não sabe educar ou porque o tornou deliberadamente agressivo. Como não se consegue controlar os donos controlam-se as raças de cães.
Tal como as armas, se calhar deviam era proibir certas pessoas de ter certas raças.
Eu se confiar no dono não tenho nenhum medo de qualquer cão.

Tenho muito à vontade com cães porque sempre convivi com eles (já salvei uma criança de um ataque de um pastor alemão: por ser uma raça que conheço entrei num jardim, segurei-lhe as orelhas e com os dedos abri a boca do cão para largar a menina, depois foi segurar o cão raivoso até conseguir chegar perto de um portão e saltar mais rápido que ele)

Também já sofri uma tentativa de assalto com um PittBull (na praia de Carcavelos) e podem ter a certeza que fiquei com mais medo do que se se tratasse de um cão de uma raça não perigosa (para os curiosos: tive de ir a correr entrar na àgua onde o cão não me seguiu).

Anônimo disse...

eu tinha de vir aqui dar o gosto ao dedo (mesmo depois de já ter comentado o outro post). eu tenho um cão. é grande, tem dentes grandes e consegue facilmente derrubar-me. já rasgou a orelha de um outro cão (um serra da estrela bébé, porque teve ciúmes) e não gosta que outros cães se cheguem ao pé do que é dele (ou seja...de mim e do resto da família dele). o melhor amigo dele era um rottweiler, até ao dia em que ele viu que a minha mãe tinha medo desse rottweiler, a partir daí tenta atacá-lo sempre que pode. a reacção do pobre bicho é fugir para trás do dono apavorado com o meu cão (aquele rottweiler é um doce de animal). no entanto o meu cão também é um amor e derrete-se com crianças...e com a gata (sim, uma miau a sério) que convive com ele e com quem partilha o colchão tamanho família que lhe comprámos.
sou obrigada a ter seguro e identificação (sim fui obrigada a colocar-lhe um chip no pescoço) do cão.
ah pois...qual é o meu cão? é um golden!
eu infelizmente estou mal treinada...não consigo ter medo de animais...até ao dia em que vou ser mordida por um!...mas acho que só para matar a teimosia ainda tentava dar festinhas no bicho que me mordeu!...já o fiz antes ;)
mas agora a propósito de tubarões: que mania é essa???? tubarões? maus??? onde??? quando???? pfui, não sei o que é que estas pessoas andam a ver...se calhar é a mesma revista que diz que os rottweilers são maus ;p

João Correia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Correia disse...

Estimadíssimos Ricardo, Manuel e Physalia,

Obrigado pelos vossos contributos, que apreciei sinceramente. Gostei particularmente do comentário do Ricardo, porque é sempre simpático sentir que não estamos sozinhos numa luta. :-)

Quanto à questão que o Manuel coloca (i.e. dois elevadores com cães e donos desconhecidos), que acho bastante pertinente, pois devo dizer que já estive nessa situação (embora a Anouk servisse, na altura, de sucedânea de criança de 2 anos). Resolvi-a de uma forma simples: perguntei às pessoas Não há crise de ir também? e ambos responderam que Não, não há problema.

Mas, aqui entre nós, quando fiz a pergunta não estava interessado na resposta; estava interessado na pinta com que a pessoa me iria responder. Porque, convenhamos, não é difícil tirar a pinta de uma pessoa, nem de um cão. Certamente que, ocasionalmente, estes exames rápidos não são 100% eficazes mas, genericamente, a nossa avaliação inicial da pinta de alguém não anda longe da verdade.

Só para terminar: na minha rua há uma senhora que tem dois Retrievers: um macho dourado e uma fêmea preta. O macho adora a Anouk, embora excessivamente... E por excessivamente deve entender-se que o macho está sempre a tentar arrancar um programa de intercâmbio genético com a Anouk, que já não acha muita graça à história... E manda umas valentes rosnadelas que rapidamente colocam o macho no sítio.

Mas o problema é com a cadela que, infelizmente, age como a maioria das cadelas e morde a Anouk sempre que pode. Portanto, aí tendes, senhores, um exemplo prático que sinto na pele (ou melhor, sente e Anouk) ocasionalmente:

Uma Rottweiler bem-disposta, com trela, de um lado e uma Retriever, sem trela, do outro:

A Rottweiler abana o rabito e quer brincar com a Retriever; A Retriever eriça-se toda e quer morder a Rottweiler.

Enfim...

Abraços e beijocas para vós,

João

Anônimo disse...

Caro João
O tema "cães perigosos" que trouxe ao seu blog, é substancialmente interessante e polémico.
A ciência que trata dos seres vivos e das leis naturais que regem os fenómenos que os envolvem, por si dominada até ao limite, permitir-lhe-ía possuir qualquer um dos "bichos", por si mencionados.
Escolheu a Anouk e fez dela um animal feliz.
A minha noção de de animal perigoso, é quando: Tem fome; defende o seu território e as suas crias; o seu alimento; a sua integridade.
A imbecilidade que refere, não se limita, aos que sacrificam e maltratam cães, para o lucro que auferem com as lutas. Incluem-se alguns exibicionistas de porte atlético, tatuados, expressão a condizer, um ou dois dos referidos cães para impressionar ou talvez porque escondam alguns medos...
A classificação anterior, acumula à de energumeno quando me refiro aos donos de todos os outros, com ou sem pedigri, grandes e pequenos, que só os tiram de casa, quando os levam à rua de trás, para embelezar as jantes dos carros dos vizinhos com líquido urinoso. E claro está, deixarem os passeios pejados de coliformes fecais que "colam", meias solas nos sapatos dos incautos.
Isso do saco plástico no bolso e fazer a recolha, é só para gente da ciência biológica. Porque a maioria não estudou o suficiente para seguir o exemplo. Embora, antes de abandonarem o local, façam questão de observar o dejecto do bicharoco, avaliando-lhe assim, o estado de saúde...!?!
O rácio dos que cumprem correctamente os bons princípios de cidadania, é francamente baixo.
Mentecapto é adjectivo que assenta na perfeição e em acumulado, a quantos, num aniversário ou natal, fezem do cãozinho, a oferta com laçarote. A meio do ano, porque vão de férias ou já cresceu e perdeu a gracinha, é abandonado na auto-estrada ou onde calhar!?!
Já existem leis para estes crimes. Não entendo porque não se fazem cumprir!
Admiro profundamente aqueles cães que ajudam o homem: Na pastorícia; em salvamentos; na captura de meliantes; na condução de invisuais, com total entrega e dedicação.
Igualmente admiro, pessoas, tal como o amigo, se preocupam e dão, porque sabem dar, ao animal o tratamento adequado para se conseguir, a simbiose que conseguiu com a sua Anouk.
Quanto à comunicação social, por vezes, na ânsia de difundir em primeira mão, precipitam e deturpam o contexto original, saindo a notícia do que não aconteceu.
Porém e apesar de todas as evidências focadas, não podemos ignorar o facto de que têm acontecido acidentes graves. Neste ponto não o acompanho tão de perto na sua indignação.
No passado recente, uma mulher foi gravemente atacada algures, por três rottweillers. Noutro local, avó e duas netas por um pitt-bull, também com gravidade.
Aproveitando o seu termo de comparação, um tubarão só terá hipótese de ferrar o dente num homem, quando este lhe invade o habitat. O que aconteceu nos casos citados, foi que as vítimas estavam no espaço e percurso, habitualmente seu.
Aqueles cães poderiam ocupar perfeitamente os mesmos espaços, desde que tivessem sido "bem educados".
Antes de se culparem os animais, condene-se quem os ensinou. Apetece-me questionar, qual o objectivo de tal ensinamento...?

O seu blog é fixe!

Abraço
joão

João Correia disse...

Estimadíssimo João Anónimo,

Agradeço calorosamente o seu comentário e não podia concordar mais com todos os aspectos que refere.

Apoio fervorosamente a nomenclatura de mentecapto, energúmeno e afins para as pessoas que fazem as acções que descreve. A mais vil de todas, para mim, é o abandono de um animal que, sinceramente, só poderá ser levada a cabo por alguém cujo coração tenha sido substituído por um calhau tosco e cheio de lixo...

Abraço,

João

Anônimo disse...

Boas professor,

Ora bem, um primo meu tem uma cadela pitbull (Yara), como frequentador habitual de casa dele fiquei um pouco apreensivo quando ele comprou a Yara, confesso que fazia parte dos ignorantes que pensam que os pitbulls adoram arrancar braços a criancinhas, mas como a Yara era bébé não me preocupei e comecei a lidar com ela todos os dias.

Á medida que ela foi crescendo tornou-se no monte de musculo e pele que é hoje (qual Schwarzeneger nos seus tempos aureos), mas como lido com ela todos os dias nunca senti receio e apesar de "compreender" em parte o senso comum porque ja fui assim, fazia-me confusão e achava ridiculo as pessoas se encolherem sempre que a Yara lhes tentava dar uma snifadela com o rabinho a abanar. Houve até uma senhora que começou a chorar enquanto o meu primo lhe dizia o habitual "não se preocupe que ela não faz mal". Um dia o meu primo teve uma resposta genial a um homem que ao passar pela Yara diz: "Isso devia andar açaimado", ao que o meu primo responde: "tambem muita gente".

Hoje em dia a Yara anda sempre açaimada, cumpre todas as regras, mas mete nojo ver o ponto a que o Homem chega de exagerar no seu suposto controlo sobre a natureza, mais valia retirarem-lhes os dentes á nascença e os designados "cães perigosos" comiam sopas o resto da vida.

Acidentes acontecem sempre, a Yara nunca mordeu ninguem nem vai morder, é o cão mais dócil que eu conheço, só quer é mimo e atenção.

Agora coloco esta questão:
Quando nós, seres supostamente superiores temos um dia mau, "rosnamos" e muitos de nós chegam a recorrer á violência. E uma cão se rosna ou morde é perigoso, e no caso de morder é abatido. Nem todos os dias são dias felizes e acredito que mais de 90% dos ataques sejam provocados por abusos dos donos em casa ou brincadeiras parvas.

Para a próxima quando um pit morder alguem, que tal em vez de abater, criar organizações (se já não houver) para os re-educar com a ajuda de tratadores, se nós temos esse direito (prisões) porque não esse direito para eles. Isto é apenas uma hipótese, porque estou farto de ver o Homem glorificar-se como um Deus e decidir quem morre.

Digo isto porque se eu estou enganado e um dia que a Yara teja com os azeites morda alguem (é quase impossivel). Morria uma parte de mim se a mandassem abater.

Peço desculpa por me ter alongado e aproveito para deixar um grande abraço ao professor e dizer que o admiro muito(não é graxa visto que já não tenho nehuma cadeira consigo pois escolhi biotecnologias).

Um grande abraço do seu ex-aluno
Bruno Ribeiro

Leonor Sousa disse...

Estimada Ângela, o facto de a Anouk ser um exemplo de doçura, boa educação e disciplina nada teve a ver com “sorte”.

Teve a ver com o facto de, desde a primeira noite que passou em nossa casa, a Anouk ter sido tratada com carinho, mas sem condescendência; com disciplina, mas sem austeridade; com firmeza, mas sem lhe faltar amor e, principalmente, sem violência de qualquer tipo. Nunca a Anouk foi treinada com base no castigo, mas sim, com base na paciência, no respeito e na compreensão.

Antes de a trazermos para casa, comprei e li uma extensa variedade de livros sobre o treino e os cuidados que os cães exigem, em particular, a nobre raça da Anouk. Desde o primeiro dia, treinei a Anouk diariamente, nem que fosse nas pequenas coisas do dia-a-dia, procurando sempre trazer ao de cima o que ela tem de melhor - e que é muito.

Também procurei sempre proporcionar-lhe um caminho de igualdade para com os outros cães, ao permitir-lhe a tão necessária sociabilização, tanto com os seus semelhantes, como com seres humanos, em particular, crianças.

O resultado de todo este trabalho enche-me de orgulho e está à vista de todos.

O temperamento equilibrado, obediente e carinhoso da Anouk não é fruto da “sorte”. Pelo contrário, é fruto de muito trabalho, dedicação e sentido de responsabilidade. Sem querer parecer presunçosa, devo dizer que, se houve “sorte”, foi da Anouk, por ter apanhado pela frente uns donos assim...

João Correia disse...

Super Bruno,

Obrigado pelo teu comentário e palavras simpáticas. Adoro quando outros donos destes terríveis Cães Perigosos partilham as suas histórias porque, eventualmente, as pessoas poderão pensar que os elogios que faço à Anouk, e ao seu comportamento exemplar, são exageros de pai babado.

E aproveito para pegar no que a Leonor disse (i.e. La Sousa) e reforçar que, de facto, este comportamento exemplar da Anouk é fruto de muitas horas de treino e dedicação da Leonor. Já agora, só para esclarecer quem tiver ficado baralhado, a Leonor e eu somos os orgulhosos pais da Anouk e fomos buscá-la a Gaia, no dia 19 de Outubro de 2002, tinha ela quase três meses. Assim que olhou para a Leonor colocou-se em pé e lambeu-lhe a cara toda. Foi um caso clássico de amor à primeira vista. No regresso para Lisboa (tinha eu, na altura, um carro-desportivo-maluco só com dois lugares), saiu do colo da Leonor e apoiou as patitas no meu ombro, enquanto me dava umas lambidelas simpáticas, como se estivesse a dizer Vocês parecem-me um casal catita e acho que vou gostar de ir para casa convosco! Lamentavelmente, a vida levou-nos a seguir caminhos diferentes, mas continuamos grandes amigos e partilhamos a custódia e fotografias da Anouk, que ainda adora quando vamos passear os três juntos.

Um super abraço para todos vós e agradecimentos calorosos pelas vossas histórias e palavras simpáticas. E um abração especial para o Bruno (não acredito que preferiste Biotecnologia ao fascinante mundo das pescas, Nossa Senhora! ;-) e para o amigo João Dourado, que não reconheci imediatamente no seu post.

:-)

João

PS – O post sobre Touradas já está pronto mas ainda estou a poli-lo antes de o colocar online... É que, esse, vai suscitar algum debate acalorado, acho eu...

;-)

Anônimo disse...

Boas mais uma vez.

Depois de ler o comentário do bruno não resisti em deixar aqui uma informação adicional.

Realmente já existem associações a tentar fazer um pouco na área da reabilitação de cães ditos potencialmente perigosos. Deixo aqui o site deles (http://pitbulloeste.com/), em vez de estar a explicar o que fazem propriamente, que passa não só pela reabilitação, mas também pela terapia com crianças deficientes, recorrendo aos mal afamados comedores de criancinhas, na promoção de uma alternativa saudável ás lutas, entre muitas outras coisas, vale mesmo a pena a visita.
Pena mesmo é ainda serem poucas as instituições deste género, impossibilitando a actuação em todos os casos.

Abraços

Ricardo Carvalho

Anônimo disse...

Boas outra vez,

já estive a dar uma vista de olhos no site que o Ricardo falou.
É exactamente este tipo de associação que eu escrevi no meu comentário ser necessário criar. Ainda bem que já existe e já há alguém que faz alguma coisa, fico contente.

Obrigado pelo esclarecimento Ricardo.

Um grande abraço,
Bruno Ribeiro

João Correia disse...

Super Ricardo,

Boa dica, esse site! Não conhecia e já fui espreitar. Muito bom!

Vou adicioná-lo, juntamente com o do Rottweiler Clube de Portugal, à minha lista de links favoritos.

Abração,

João

Anônimo disse...

Sei que ja vou um pouco tarde, e que provavelmente mais ninguem ira ler o que vou escrever, mas sinto que devo faze-lo, que tambem ha espaco e verdade no que vou dizer.

Li tudo com muita atencao, disse-se muita coisa sobre a Anouk e sobre caes perigosos, e sobre caes em geral, mas nao se disse uma coisa que acho fundamental.

A Anouk sofre de uma trauma de abandono de figura feminina tremendo.
E isso parte-me o coracao.

Passo a explicar,
Como qualquer crianca, para a Anouk ha o nucleo familiar, o seu dono, a sua dona. A cada um deles, ela tem uma imagem masculina e uma imagem feminina construida.
O seu comportamento com e com outro diverge.

Sabe as diferentes particularidades e tambem mostra um cariz mais protector e meigo com a mulher que com o homem.

A sua imagem feminina desapareceu da sua vida. Foi assim que conheci a Anouk e que passei a dividir a casa onde ela agora vive.

Ela sabe e sente que foi abandonada pela figura feminina que a viu crescer, que a educou e que tanto amor lhe deu enquanto presente.

É por isso, que agora, qual madrasta que substitiu essa mesma figura, cada vez que me afasto dela, sejam cem metros ou vinte, ela nao quer retomar o passeio, fica alerta, e um pouco em panico.

Tem medo de ser abandonada novamente.

É muito bonito gostar-se de animais, de se ter um animal de companhia, comprar tudo a condizer, ler muitos livros sobre as raças, conversar no veterinario sobre as particularidades da personalidade de cada um.

Mas a semelhanca de um filho, quando se toma o compromisso de se ter um animal, é para a vida, ele nao desaparece.

Faz parte de nos, e quem nao concorda ou acha que essa parte de nós deita muito pelo, tem dois remedios, ou aceita como e, e respeita, ou entao procura outro.

Assumir um compromisso para depois face a razoes de comodidade ou de conveniencia a terceiros, abandonar o ser vivo que nos ama com mais dedicacao, parece-me atroz, parece-me desumano.

Contacto com este cenario todos os dias, quando passo diariamente na Liga protectora dos animais, e ouco o canil das traseiras com animais abandonados.

Felizmente a Anouk tem alguem que ficou com ela, e que lhe da o amor que ela merece e que esta sempre pronta a retribuir em doses bem exageradas.

Sei que este post pode ferir alguns sentimentos, mas é a minha verdade e como me sinto, e achei que fazia falta a minha perspectiva e experiencia neste assunto.

Mais nao seja, porque para variar vem de alguem que nao gosta de biologia, que nao gosta de animais, respeita, mas nao sente qualquer fascinio pelo seu estudo, e que nao tem problemas em dize-lo.

Marta

Anônimo disse...

Vim aqui ter através do seu comentário no blogue da Pelos Animais e devorei este artigo. Muito bem articulado, estruturado e cativante. Parabéns!

Gostaria só de deixar um conselho do coração: nunca deixe a Anouk à porta do supermercado enquanto faz compras nem sequer sozinha no carro. Ou seja, nunca a deixe sem vigilância permanente. Há grupos muito bem organizados que roubam Rotts, Pits e afins para lutas, procriação e venda. Em muitos casos, os animais são transferidos de região (por exemplo, os que são roubados no Centro rapidamente são enviados para o Sul e vice versa).

Infelizmente, todo o cuidado é pouco. Muitos animais até são roubados de dentro do quintal ou do jardim.

Um abraço solidário e muitas felicidades,
Ana

Anônimo disse...

Esqueci-me de deixar este link, embora talvez até já o conheça.

Associação Amigo do Rottweiler
http://amigodorottweiler.com/site/

Ana

João Correia disse...

Estimadíssima Ana,

Agradeço os seus comentários.

Em boa verdade, também nunca deixo a Anouk à porta do supermercado, embora não tenha clarificado esse aspecto de uma forma suficientemente clara. Normalmente deixo-a na área interior, junto às caixas registadoras. As funcionárias do supermercado onde vou (que é sempre o mesmo) já conhecem muito bem a Anouk e fazem-lhe festas enquanto eu trato das minhas compras.

De qualquer forma, renovo o agradecimento pelos comentários, dicas preciosas e website dos amigos dos Rottweilers, que não conhecia e vou já adicionar à minha lista de websites favoritos.

Beijoca grande,

João Correia

Anônimo disse...

Boas professor,
venho apenas demonstrar a raiva e frustração por uma noticia que acabei de ler: http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?div_id=291&id=927828
expliquem-me por favor quando é que esta espécie de "fascismo" vai acabar. Daqui a uns anos não haverá pits em Portugal.

Um grande abraço para todos!

Anônimo disse...

Boas,
cá estou eu a chatear outra vez. Venho apenas pedir que visitem este site e se estiverem de acordo que assinem e passem a palavra.
www.petitiononline.com/yara2008/petition.html

Abraços
Bruno Ribeiro

João Correia disse...

Super Bruno,

Obrigado pelos posts e pelo alterta!

De facto, já me tinham chamado a atenção para esta nova lei e decidi tomar medidas: escrevi uma carta ao Ministro da Agricultura e Director-Geral da Direcção Geral Veterinária.

A carta foi enviada com cópia para as principais publicações semanais Portuguesas.

Coloquei-a online aqui no blog em http://semareianosolhos.blogspot.com/2008/03/proibio-e-esterilizao-de-ces-perigosos.html

Abração,

João

Anônimo disse...

Olá João,
Cheguei aqui através do website Pelos Animais, no qual aliás escrevo artigos relacionados com os animais de estimação. Gostei de ler o seu testemunho e o facto do João ser biólogo e lidar com um animal que ironicamente também é popularmente conhecido como perigoso ao ser humano (o tubarão) ainda trás um significado mais "capaz" ao seu testemunho.
Eu apesar de ser portuguesa, resido e trabalho em inglaterra como treinadora e especialista em comportamento canino. Desenvolvo trabalho com associações como a RSPCA e a Battersea Dog's Home em Londres onde lido diariamente com dezenas de cães incluídos na lista dos cães considerados perigosos e sou também dona orgulhosa de um Staffshordire Terrier chamado Ruppert.
Tudo o que descreve parece tão lógico que é quase inútil comentar, no entanto a sociedade continua a achar que a solução para os poucos incidentes com estes cães passa pela erradicação da raça. A exclusão social que os donos destes cães vão ser sujeitos abraça o ridículo e ri-se da palavra democracia, aliás não há nada de democrático em estabelecer uma lei baseada em "nada". O Sr. ministro está a formular uma lei baseando-se no que foi feito nos países vizinhos, sem se informar dos porqu~es, dos comos, das consequência, nem tão pouco dos resultados que essas leis tiveram na sociedade em geral. Eu em inglaterra todos os dias lido com pessoas que passam meses em tribunal a lutar pela vida dos seus cães, enquanto estes esperam em canis municipais que a sua sorte seja decidida. Sim porque a BSL só leva a uma intolerância e histeria colectiva, leva ao abuso e poder e incompreensão e como tal a uma bola de neve que começa por uma injustiça atroz e acaba numa ca´tástofre para todos animais e humanos incluídos. Eu estou pessoalmente a trabalhar num website e dossier que pretendo apresentar ao Ministério da Agricultura e também ao Sr. Dr. Sócrates como alternativa a esta lei cómica desenhada em cima do joelho para calar o zé povinho. Gostaria que o João entrasse em contacto comigo a nível pessoal se estiver interessado em juntar-se ao meu porjecto (ainda vai demorar umas 2 semanas a tornar-se totalmente público).
Obrigada e bem haja a si e a todos os cães que por nascerem quadrados, verdes ou cinzentos não têm direito á vida, por vocês não vamos desistir.

Claudia Hoyle
http://www.treinodeclicker.net
http://www.itsallaboutdogs.net

Cristina Paulo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Obrigada!!
Como ex-criadora, como actual dona de uma Rottweiler, como amante e defensora desta raça e como Ser Humano informado...o seu texto diz tudo de forma objectiva e racional.
Ainda há pouco tempo tentei chamar a atenção para vários factos que refere, coma ajuda da minha SHIVA...infelizmente cortaram muito da entrevista, mas acho que a simpatia dela conquistou alguma atenção.
Um enorme bem haja e festas para a Anouk
Cristina Paulo

Anônimo disse...

Ola João!!!
Foi com grande alegria que vi o seu blog. Também eu sou dono de um casal de rottweillers (a Iris e o Mantorras)e também eu criei um blog que convido a comentar quando puder " www.serhumanoinjusto.blogs.sapo.pt ".
A verdade é que muito daquilo que se diz sobre estes animais é fruto de uma ignorância brutal, assim sendo vou passar à frente.
Sei as dificuldades que deve passar com os seu vizinhos pois também ja sofri na pele. Graças a Deus tenho já a minha casa "independente" em fase final de construção e tudo será diferente. Vou viver mais afastado da minha família mas em contrapartida viverei também mais fastado dos "preconceituosos que habitam os nossos prédios".
Bem o comentário já vai longo, um abraço muito forte e que vamos tentar continuar a limpar a "Areia" que atiram para os olhos das pessoas. Fico à espera de uma visita ao meu blog...

Com a sua atitude certamente continuará a fazer a diferença...

João Correia disse...

Estimados Claudia, Siala ap Maeve e Paulo,

Os meus agradecimentos sinceros pelos vossos comentários simpáticos.

Os meus parabéns à Claudia e Siala ap Maeve pelo trabalho desenvolvido com os seus animais e um abraço especial ao Paulo pelo seu blog, que já visitei e passo desde já a divulgar neste blog também.

Aproveito para vos convidar a lerem o meu último post sobre esta 'saga' em:

http://semareianosolhos.blogspot.com
/2008/03/proibio-e-esterilizao-de-ces-perigosos.html

Aproveito para referir que continuo a aguardar por resposta por parte das Instituições a quem remeti a carta incluída no post.

Beijos e abraços,

João Correia

Anônimo disse...

Não existem raças de cães potencialmente perigosas, existem cães com muito potencial e donos muito perigosos

João Encarnação disse...

Os cães não são perigosos... o Homem é que é !

Inês disse...

Olá! Sendo eu uma amante de animais, dona de uma pit bull, a Sasha, não poderia deixar de fazer um comentário e dar os PARABENS. Não poderia usar palavras mais correctas, concordo com tudo.GRAÇAS a Deus que é um dos que "abriu os olhos", e espero que consiga abrir os de muita gente mais,tal omo eu tento fazer....Até gostaria de saber se concorda comigo quando digo que o humano não tem o direito de proibir os animais(cães neste caso) de entrar na praia.E sendo eu auxiliar veterinária,questiono...Porquê que quem fez esta lei nem sequer se informou com um veterinário? É que até hoje nao ouvi nenhum dizer que o pit bull,rotweiller,tosa inu entre outros nao sao cães recomendáveis. Sinceramente é o tipo de lei que só serve para calar a população.Para não ter de os ouvir mais a chatear usa-se o metodo mais simples e que nao é a pensar no futuro. No meio disto tudo só vejo um animal perigosissimo, que acaba com a sua espécie e com as outras á sua volta: O Humano. Este ainda assim por cada crime não é sequer castrado.

João Correia disse...

Olá, Inês.

Obrigado pelas tuas palavras simpáticas e, sim, concordo que os cães deviam ser autorizados nas praias DESDE QUE os donos saibam fazê-lo de forma apropriada.

Nunca pára de me surpreender como tantas e tantas pessoas FALHAM miseravelmente em actividades tão simples como "saber estar" em sociedade...

Quantas vezes já levámos com uma bola de futebol no nosso tupperware com melão... Ou quantas vezes já tivemos um cão a chatear-nos enquanto comemos uma sandocha na praia?

A culpa não é da bola e não é do cão. É do taralhoco do dono (da bola e/ou do cão) que simplesmente NEGLIGENCIARAM o seu DEVER de garantir que NÃO INCOMODAM as outras pessoas.

Se todos soubessem viver sem INCOMODAR os outros, não haveria necessidade de leis palermas para cães "perigosos" nem tantas outras coisas...

Abraço!

João

Anônimo disse...

Olá muito bom dia caro João!

Gostaria de lhe dar os parabens pelo seu blog fantastico e dizer que gostei bastante de ler este seu testemunho, pois tenho uma Rott com 6 meses e vai entrar na fase de usar açaime. Tudo o resto Seguros, chips, etc está já tudo tratado.
Gostei de saber que anda muito pelas praias de Peniche, já que eu tambem frequento muito essa zona à mais de 20 anos, e os meus cães acompanham-me sempre que vou para a praia.
No inicio do seu post não pude deixar de me rever nele, pois o mesmo se passa com a minha Rott, embora eu tenha dois cães, a minha Ganesha (Rott), e um rafeiro lindo adoptado a uma associação para que ela não ficasse sozinha, e criasse traumas.
Ela é realmente uma cadela exemplar e muito sociavel, com um temperamento muito estável, sendo demasiado "melosa" para com quem gosta muito. Adora brincar, partilhar tudo o que faz connosco, e nós com ela, é uma cadela extremamente inteligente, e quem sabe o que esta raça vale, jamais criticará esta brilhante raça. Infelizmente e tal como se passou consigo, ao inicio tive muita gente a interrogar-se e a tentar demover-me de ter um cão considerado de raça perigosa, mas como tenho uma linda filha a crescer, e este Mundo é muito cruel, decidimos optar então por uma Rott, por ser muito dedicada aos donos, e porque tenho vários amigos com cães iguais e que detêm bastante mais experiencia do que eu. Depois de lermos bastante foi ponto assente, e assim em Março deste Ano lá fomos escolher a nossa bela filha de 4 patas. :)
Agora quanto a esta hipócrita Lei, todos pensamos da mesma maneira. É desadequeada, não faz sentido, e é injusta para com eles, até porque quando esta Lei foi feita, o legislador que é dono de um casal de Dobermans "esqueceu-se" dizem eles, de introduzir esta raça na vasta lista de cães considerados perigosos, o que não deixa de ser uma situação ridicula, mas como estamos em Portugal já nada me espanta sinceramente.
Contudo, e tal como maioria de nós cidadãos conscientes e cumpridores, tenho de me rebaixar e fazer-me cumprir desta Lei, pois não quero pagar multas para alimentar um estado cada vez mais degradante e endividado!
Deveriamos todos cidadãos com animais deste porte, juntamente com associações, criadores, escolas de treinos, etc, redigirmos uma petição para que desse entrada no parlamento afim de ser tema de debate para uma possivel alteração à Lei vigente, para tentar fazer ver ao Governo que esta Lei não tem nenhum sentido pratico.
Este tipo de animal tem de ser treinado de modo a que cumpra regras e se estabeleça uma meta até onde eles podem ir, pois é devido a isso que muitas vezes ouvimos dizer que o cao se virou ao dono, e este já não tem mão nele. É como tudo, se não educarmos bem os nossos filhos, estes tornar-se-ão um dia cidadãos indesejados e até talvez marginais, logo tudo tem de vir desde muito cedo com regras estabelecidas. Os meus cães não roiem o que eu não quero, não sobem para os sofás porque não deixamos, e só fazem aquilo que nós permitimos, e se às vezes a minha Rott se estica faço-lhe ver quem é que manda, porque o alfa sou eu e nunca poderá ser ela. Durante toda a vida, ela vai-nos estar sempre a testar, até que há-de compreender que quem manda somos nós (eu) e nunca ela. Se todos os donos que têm este tipo de raças dominantes levarem sempre isto em conta, jamais um cão será agressivo e se virá algum dia aos donos.
Bom com isto não me vou alongar mais, talvez tenha o prazer de um dia o ver pelas praias do baleal, supertudos até à consolaçao a passear a sua bela Anouk.

um bem haja e tudo de bom para si e para a Anouk

Marco Mesquita

João Correia disse...

Caro Mário,

Obrigado pelo post e palavras simpáticas. É sempre com enorme prazer que conheço novos donos de Rottweilers, particularmente quando são esclarecidos e entendedores da matéria, como é claramente o caso.

Um grande abraço e felicidades com a Ganesha! (E parabéns pelo nome, que é lindo! :-)

J.